O litoral do Espírito Santo sempre foi conhecido pelas belas praias, mas o cenário está mudando. A natureza está retomando o espaço que era dela. Barreiras de pedras não conseguem conter a força da maré que fica cada vez mais perto das casas.
Casas, quiosques e ruas inteiras já foram destruídos na cidade de Conceição da Barra, no norte do Espírito Santo. O processo de erosão começou há 20 anos e expulsou moradores do bairro da Bugia, e o mar continua avançando. “A natureza ninguém pára”, afirma um senhor. Em novas obras de contenção, serão investidos mais R$ 6 milhões.
No sul do estado, a principal avenida da Praia de Piúma também precisa de obras. O mar já destruiu o calçadão. “A gente que já freqüenta isso aqui há muito tempo fica até com pena de ver”, diz um senhor.
Acontece o mesmo em Marataízes. O muro de contenção não resistiu, e o banhista tem dificuldade de chegar à praia. “Tomar banho perto da casa da gente não tem como. Temos que sair daqui e ir para longe para poder tomar banho”, conta a dona-de-casa Ivone Biazatti. Mesmo com águas calmas e poucas ondas, a faixa de areia na Praia da Curva de Jurema, em Vitória, nunca foi tão estreita. No local, também o avanço do mar está provocando destruição e prejuízo, principalmente para quem tem comércio perto da orla. O mar já está chegando aos quiosques. Para o oceanógrafo Pablo Prata, a erosão é uma conseqüência de aterros e construções irregulares. “É ocupação de mangue, ocupação de praias e dunas. Hoje, você precisa reeducar a população, na verdade. Ela precisa saber que aquele ambiente é passivo de o mar tomar de volta”, explica.
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